segunda-feira, 9 de abril de 2007

Tempos e Vidas Perdidas

Ás vezes pensam que estamos bem
que somos felizes e afortunados
pensam sim mas não sabem e não sentem aqueles momentos
sim aqueles momentos que queremos só para nós
e que as vezes parecem que propositadamente não nos deixam desfrutar
parece que têm prazer em nos puxar o nosso tapete
para terem o prazer de nos ver cair

Tenta-se ser politicamente correcto
Politicamente correcto? mas que raio de expressão inventada
Ser-se politicamente correcto? Mesmo assim não descolam
O gozo, o simples gozo de nos tirarem aqueles breves instantes
instantes de lucidez descontroladamente louca
Aqueles flashs de infinito de imaginário
Onde somos cavaleiros andantes, anjos celestes

Momentos curtos e longos de reflexões
Momentos sensuais, momentos gloriosos
Momentos apenas momentos que nos fazem voar
Momentos de verdadeira liberdade de pensamentos
Sim liberdade de pensamentos!
Porque até isso nos é preso
Não pelos políticos, mas sim por nós

Então há sempre uma fugazinha
Há sempre um refugio um escape
Mas há sempre uma força estranha a nós
Que se entre põe precisamente naquele momento
E lá estamos nós
-Lá vem aquele empessilho meter-se onde não deve!
E lá vamos nós ser politicamente correctos
Com o sorriso amarelo avermelhado de raiva

Por muito que se tente mostrar dócilmente
Aqueles impessilhos mais força fazem para ficar
Até que se é um pouco mais duro e pronto
Lá vem aquele turbilhão de sentimentos contraditórios
Azedam mas de seguida vem o lado penoso
E tão penoso que se torna que se vitimizam

A pontos de quererem fazer sentir culpados
Culpados? mas culpados de quê ?
Por apenas querer estar a desfrutar
Sim disfrutar de um breve momento
Um momento meu um momento meu?
Será que já nem a isso temos direito?
Será que nada já é meu?

Chega-se entra-se fala-se e tira-se
É o que vai na mente de cada um
Nada é de ninguém mesmo nada
Nem aquele momento que queremos viver
Vazio este mundo está vazio completamente vazio
Criam-se valores regras e leis
Para quê? Para se tornar mais seco mais oco
Fica-se cheio, não do mundo mas cheio do nada

O mundo esqueceu-se da verdadeira existência
O mundo perdeu-se no infinito na calunia
O mundo perdeu-se perdeu-se perdeu-se
Felicidade, paternidade, amizade, amor
Clichés para tapar as asneiras terríveis
que nós provocamos e depois dizemos que somos vitimas
Vitimas? Vitimas de quê?
Vitimas de nós mesmo, vitimas das vitimas que vitimizam
Mas afinal que estamos a fazer de nós mesmos

de marionetas de pau podre tapadas com cetim
mas que belas mairionetas estas... podres
Podres doentes mas têm um belo vestido de cetim
O resto não importa, têm cetim, e que belo cetim
MERDA, MERDA, MERDA
Três mil vezes MERDA
Deixem os clichés, deixem as hipócrisias
vivam, deixem viver
Porque só nos é dada uma vez para viver
não estraguem, conservem, e gozem

Quanto ao resto são balelas, são tempos e vidas perdidas

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