quarta-feira, 12 de setembro de 2007

Meu Anjo de Branco

Fecho meus olhos



O cheiro de sal doce

A luz celeste de mar

O fresco de terra

Invade toda a minha aura

O meu ser

A minha alma



Fecho meus olhos



Sinto os teus cabelos

Cheiro a tua pele de cetim

Teu sorriso contagia a minha alegria

Tua voz embala o meu sonho



Fecho meus olhos



Vejo



A força e amor de mãe

o teu olhar sofrido, meigo

A tua crença em ser amada



Mereces



Sim mereces

Mais que tudo

Mais que todos



Fecho meus olhos



Deixo-me levar

Nessa tua dança angelical

Movimentos lentos, doces, sensuais

Embalas o meu sonho



Fecho meus olhos



As tuas delicadas e suaves mãos

Pegam em mim, levam-me

Mostras-me o mundo

Mostras-me o amor

Mostras-me o açúcar da vida



Abro meus olhos



Uma luz celeste encandeia-me

Um vulto aproxima-se



Abro meus olhos



Vejo-te a ti

Meu Anjo de Branco

quarta-feira, 5 de setembro de 2007

Simplesmente Tú

Olhos de mel
Sorriso
Atrevido
doce
meigo

Olhar
sensual
Penetrante
quente

Pele clara
como
neve
de
algodão
doce

Imagino
Tua voz
Trespassando
Meus ouvidos
Rasgando
meu
coração
enchendo
o
de luxuria

Teu
toque faz
me
extremecer
és unica
linda
perfeita

Simplesmente
perfeita
simples
mente

Dama do Lago




Atravesso montanhas, vales
Caminhos estreitos, compridos
A geadas, ventos, chuvas
Resisto


Num bosque profundo
O canto dos pássaros
O Uivo dos Lobos
Escuto


Acendo a fogueira
Deito-me fecho os olhos
A paz invade-me
Descanso


Um outro dia nasceu
Ponho-me a caminho
Uma brisa de lavanda
Lembra-me a tua pele
Apresso-me
Longos dias de caminhada
Diluvios, nevões e ventos
Suportei


A um lago chego
Banho-me
Um clarão
Ofusca-me

Vejo-te sair das águas cristalinas
Teus olhos cor de mar
O teu cheiro a lavanda possui-me
Os teus cabelos agarram-me


Momentos loucos
Momentos únicos
Fazes-me voar
Sonho

Partes para o fundo do lago
Teu odor entranha-se em mim
Tua voz fica-me na mente
Imagino-te

Abro meus olhos
Estou só acompanhado pelo bosque
Parto novamente para a minha viagem
Suspiro


Jamais esquecerei
Momentos únicos
Jamais repetidos
Levo-te comigo

Os teus olhos cor de mar
Teus cabelos de mel
Teu cheiro em minha pele
Teu nome no meu intimo

Minha Dama do Lago

quarta-feira, 1 de agosto de 2007

Parei

Parei
Breves momentos
Lembranças profundas
Sonhos de Mel

Parei
Olhei o passado
Respiro o presente
Alimento o futuro

Parei
Escuto vozes perdidas
Toco em sonhos longínquos
Solto gritos mudos para o universo

Parei
Olho em redor
Vejo o vazio
Sinto a escuridão

Parei
Apenas parei
Apenas
Parei
E nada fiz

Perdi, Ganhei, chorei
Mas jamais morri
Estou vivo, estou feliz
Corro para a felicidade
Corro para viver
Jamais parei de viver

terça-feira, 31 de julho de 2007

Acordei

Acordei um dia mais velho
Um dia a menos de vida
Um dia a mais passado

Acordei para um novo dia
Acordei para uma nova aventura
Acordei apenas
Apenas e só acordei

Acordei
Sim acordei para a vida
Acordei com uma vida nova
Acordei para ti
Acordei para lutar por ti

Sim acordei para vida
Acordei para te ver crescer
Acordei para te mostrar o caminho
Acordei só para ti

Acordei para te criar
Acordei para viveres
Acordei para te esperar
Acordei para te receber
Acordei para te pegar

Acordei para te levar para casa
Acordei para te aconchegar
Acordei para um nova vida
Acordei para jamais adormecer
Acordei
A cor dei

quarta-feira, 25 de julho de 2007

Amigo

Perdi-me, sim perdi-me
Perdi-me em algo
Até hoje não via em quê.

Ceguei, sim ceguei
Sou aquele mais cego que os cegos
Não quero ver

Fugi, sim fugi
Com medo do caminho tortuoso
Apavorado, angustiado, acobardado
Fugi

O medo tomou conta de mim
Esqueci-me de viver
Perdi-me

Viajo numa barcaça de caniçal
Sobre um mar de tormentas
Agarro-me

Que resistência, que vigor
Tão frágil e tão forte
A barcaça de caniçal

Olho em redor
Não há mais nada a fazer
Senão segurar-me

Estou Perdido
Estou desfeito
Já não me escapo

Esta á a viagem que escolhi
A pequena barcaça não resiste muito mais
Sinto

Estou a desmoronar-me
As pequenas cordas soltam-se
A pequena barcaça de caniçal começa a desfalecer
Apenas olho

Penso
A minha vida fica por aqui
Maldito seja eu
revolto-me

E quando tudo parece perdido
Algo me agarra com vigor
E não me deixa ir ao fundo
Suspiro

Olho
Foi aquele amigo
Sim aquele único e verdadeiro
Que nuca virou costas
A que eu virei
Choro

Aquele
Sim aquele que na verdade
Chama-se de
AMIGO

quinta-feira, 5 de julho de 2007

A mesma história de várias maneiras

VERSÃO ORIGINAL
Era tão bom o meu tempo de moço.
Sonhava enquanto o seu neto aprendia a escrever.
Estava triste, pois a sua neta foi embora para o convento.
A vida era muito difícil.
Era tão difícil que até o seu neto mais novo ainda bebé,
Acordava sempre assustado.
A sua mulher estava à porta para dar o último adeus,
E ele ali estava sentado a ver o seu neto a aprender a escrever.
Sonhava Era tão bom o meu tempo de moço.


REVÉS DA MEDALHA
O meu tempo de moço era tão bom, sonhava.
O seu neto a aprender a escrever, e ele ali estava sentado a ver.
Para dar o último adeus estava à porta a sua mulher.
O seu neto mais novo ainda bebé, acordava sempre assustado.
Era tão difícil, a vida era muito difícil, pois a sua neta foi embora para o convento.
Estava triste.
Enquanto o seu neto aprendia a escrever, sonhava
Era tão bom o meu tempo de moço.


VERSÃO MELÓDICA
“Ai como era bom o meu tempo de menino e moço.”
Vagueava nas ondas dos seus sonhos enquanto via o seu neto a aprender as suas primeiras letras os seus primeiros números.
Mas a tristeza invadia o seu mais profundo ser.
A sua netinha doce e meiga acabara de sair de casa.
Iria juntar-se a um convento, pois os tempos eram difíceis.
Tão difíceis que até o seu neto mais novo ainda bebé, tinha sonhos tristes e medonhos.
Acordava atordoado não sabendo porque.
A sua sempre fiel e ternurenta esposa estava ali na porta, a receber o ultimo adeus, da sua netinha mais linda que os lírios do campo.
E o velho ali sentado a ver.
O seu neto a aprender as suas primeiras letras os seus primeiros números.
Vagueava nas ondas dos seus sonhos.
“Ai como era bom o meu tempo de menino e moço”


VERSÃO DO CALÃO POPULAR
“Era bué fixe o meu tempo de chavaleco”.
Curtia o seu sonho enquanto o puto neto aprendia cenas lá da escola.
O bacano estava buéda mal, mas bué mesmo, pois a pitinha da neta ia bazar.
Não havia trocos, era curto, fogo vai lá vai!
Estava tão malinhos a vida que a pitinha foi estudar para pinguim
até o chavaleco do bebé,
Acordava sempre todo acagaçado, vai lá vai!
A bacana dele estava à porta para dar o último adeus,
E ele ali abancado enquanto o puto neto aprendia cenas lá da escola.
Curtia o seu sonho
“Era bué fixe o meu tempo de chavaleco”.

VERSÃO FUTURISTA
Era tão bom o meu tempo de moço.
Sonhará enquanto o seu neto irá aprender a escrever.
Ficará triste, pois a sua neta partirá para o convento.
A vida irá ser muito difícil.
Será tão difícil que até o seu neto que ainda não nasceu
ainda bebé, acordará sempre assustado.
A sua mulher irá até à porta para dar o último adeus,
E ele ali ficará ali sentado a ver o seu neto que irá aprender a escrever.
Sonhará Era tão bom o meu tempo de moço.


VERSÃO EXAGERADA E RÁPIDA
Era tão bom o meu tempo de moço, jovem, homem.
Sonhava, dormia, acordava, enquanto o seu neto aprendia,
já aprendeu a escrever, é advogado.
Estava triste, chorava, berrava, deprimia-se
pois a sua neta foi embora, partiu, viajou
para o convento, basílica, catedral.
A vida era muito difícil, má, terrível,
Era tão difícil, horrível, e mau
que até o seu neto mais novo
ainda bebé, rapaz, jovem, adulto.
Acordava sempre assustado, em pânico, ofegante.
A sua mulher estava à porta, no portão, na fronteira
para dar, mandar, lançar o último adeus, até já, vai e volta
E ele ali estava sentado, ajoelhado em pé
a ver, já viu, vai ver o seu neto
a aprender, já aprendeu a escrever, é advogado.
Sonhava, dormia, acordava
Era tão bom o meu tempo de moço, jovem, homem.


VERSÃO POR FIM
Por fim era tão bom o meu tempo de moço, sonhava.
Enquanto que por fim o seu neto aprendia a escrever.
Estava triste, pois a sua neta por fim foi para o convento.
A vida por fim era muito difícil.
Era tão difícil que por fim até o seu neto mais novo ainda bebé,
Acordava por fim sempre assustado.
Por fim a sua mulher estava à porta para dar o último adeus,
E ele ali estava sentado por fim a ver o seu neto a aprender a escrever.
Sonhava por fim, era tão bom o meu tempo de moço.