quarta-feira, 25 de julho de 2007

Amigo

Perdi-me, sim perdi-me
Perdi-me em algo
Até hoje não via em quê.

Ceguei, sim ceguei
Sou aquele mais cego que os cegos
Não quero ver

Fugi, sim fugi
Com medo do caminho tortuoso
Apavorado, angustiado, acobardado
Fugi

O medo tomou conta de mim
Esqueci-me de viver
Perdi-me

Viajo numa barcaça de caniçal
Sobre um mar de tormentas
Agarro-me

Que resistência, que vigor
Tão frágil e tão forte
A barcaça de caniçal

Olho em redor
Não há mais nada a fazer
Senão segurar-me

Estou Perdido
Estou desfeito
Já não me escapo

Esta á a viagem que escolhi
A pequena barcaça não resiste muito mais
Sinto

Estou a desmoronar-me
As pequenas cordas soltam-se
A pequena barcaça de caniçal começa a desfalecer
Apenas olho

Penso
A minha vida fica por aqui
Maldito seja eu
revolto-me

E quando tudo parece perdido
Algo me agarra com vigor
E não me deixa ir ao fundo
Suspiro

Olho
Foi aquele amigo
Sim aquele único e verdadeiro
Que nuca virou costas
A que eu virei
Choro

Aquele
Sim aquele que na verdade
Chama-se de
AMIGO

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