quarta-feira, 4 de abril de 2007

Sentido Real da Vida



Olho o horizonte, inundo-me com uma mistura de cheiros salgados, abraço a brisa que me acaricia, murmúrios ocos, gritos abafados rodeiam a minha alma. Encontro-me perdido numa liberdade disfarçada em tons de negro escuro, uma pequena luz de vela quase derretida como que uma muralha imperial estivesse a desmoronar-se.


Gaivotas numa dança sensual, flutuam nas ondas da brisa que me acaricia, as ondas num kamassutra contínuo com a areia, o vento deixando-se tocar pelo sol as ervas acariciando a terra que as segura firmemente. Uma orgia plena de cor e cheiros inundam o meu ser negro obscuro e frio, Uma lágrima de sangue escorre pelo meu rosto agastado seco triste.

Estou só, pus-me só, não dou valor a nada e nada me dá valor, não isso não é verdade dizem-me as ondas num leve murmúrio. A solidão só existe quando deixas de sentir e tu sentes mais que os outros Essas lágrimas de sangue, mostram a dor que alimenta o negro da tua alma.

Mostra-te ao mundo, mostra que vives daquela forma que todos deveriam viver Sem máscaras sem dor sem nada que nos mate de tristezas, vive resiste luta.


Retorqui, não queria aceitar, olhei para aquela vela a lutar bravamente a iluminar-me, pouco sim iluminava pouco porque os meus olhos dízima sua força era imponente inesgotável, fechei meus olhos, deixei-me embalar nas carícias da brisa, inundei-me de cheiros deixei que as ervas me tocassem, que o vento me abraça-se que a terra se deleita-se, um calor invade o meu corpo, tocando meigamente na minha pele, uma luz pintava cada vez mais o negro escuro de cores sensuais quentes eróticas.


Abro os olhos e uma luz forte iluminava tudo o que me rodeava era aquela pequena vela que lutava bravamente para não se apagar sorri elevei os meus lábios secos gretados, há tanto tempo que não o fazia até mesmo o crepitar e a dor que provocava não impedia de o fazer ela mostrou-me o sentido real da vida, lutar lutar lutar lutar.

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